A psicóloga Robertha Blatt tem 20 anos de atuação como terapeuta infantil e de família, e foi no consultório que a inquietação sobre o potencial da arte e dos museus para serem espaços de promoção de saúde teve origem. Em seu local de trabalho, sempre estiveram presentes recursos para a produção de desenhos e colagens como lápis, papel, argila e materiais de reciclagem – nas quais ela, as crianças e pais trabalhavam em conjunto como uma metodologia para entender o paciente: era o “caos” criativo. Essas “obras” eram inicialmente expostas nas paredes do consultório.

A partir daí a ideia de usar a arte e os museus como recursos e espaços de promoção da saúde mental transcendeu essas paredes e virou uma exposição no Museu Nacional de Belas Artes – que chegou ao público na forma do livro “Arte aproxima” (Ed. Nau das Letras) em maio de 2022 no Rio de Janeiro;

Com essa reflexão, nasceu ainda outro projeto – o “Arte sobre rodas”. A iniciativa consistiu em levar, de caminhão, réplicas das obras dos artistas plásticos Lygia Clark (1920-1988) e Hélio Oiticica (1937-1980), a praças públicas do Rio. Para Robertha o projeto não para por aqui ela tem o objetivo de lançar o caminhão-consultório e conseguir atingir com sua metodologia o público de maneira mais acessível.